quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Oficina 15 – 27 out. 2009

1º momento


Leitura compartilhada:


TUDO O QUE HOJE PRECISO REALMENTE SABER, APRENDI NO JARDIM DE INFÂNCIA

Robert Fulghum

Tudo o que hoje preciso realmente saber sobre como viver, o que fazer e como ser, eu aprendi no jardim de infância. A sabedoria não se encontrava no topo de um curso de pós-graduação, mas no montinho de areia da escola de todo dia. Estas são as coisas que aprendi lá:

1. Compartilhe tudo.

2. Jogue dentro das regras.

3. Não bata nos outros.

4. Coloque as coisas de volta onde pegou.

5. Arrume a sua bagunça.

6. Não pegue as coisas dos outros.

7. Peça desculpas quando machucar alguém.

8. Lave as mãos antes de comer e reze antes de deitar.

9. Dê descarga.

10. Biscoitos quentinhos e leite fazem bem para você.

11. Respeite o outro.

12. Leve uma vida equilibrada: aprenda um pouco, pense um pouco... e desenhe.. e pinte... e cante... e dance... e brinque... e trabalhe um pouco todos os dias.

13. Tire uma soneca às tardes.

14. Quando sair, cuidado com os carros.

15. Dê a mão e fique junto.

16. Repare nas maravilhas da vida.

17. O peixinho dourado, o hamster, o camundongo branco e até mesmo a sementinha no copinho plástico, todos morrem... nós também.

NOTE:

Pegue qualquer um desses itens, coloque-os em termos mais adultos e sofisticados e aplique-os à sua vida familiar, ao seu trabalho, ao seu governo ou ao seu mundo e verá como ele é verdadeiro, claro e firme. Pense como o mundo seria melhor se todos nós, no mundo todo, tivéssemos biscoitos e leite todos os dias por volta das três da tarde e pudéssemos nos deitar com um cobertorzinho para uma soneca. Ou se todos os governos tivessem como regra básica devolver as coisas ao lugar em que elas se encontravam e arrumassem a bagunça ao sair.

Estas são verdades, não importa a idade.

Ao sair para o mundo é sempre melhor darmos as mãos e ficarmos juntos.


2 º momento


Introdução ao tema da Unidade 5 (TP2): Gramática e seus vários sentidos


  • Os objetivos da unidade:

– caracterizar a gramática interna e o ensino produtivo;

– caracterizar a gramática descritiva e o ensino reflexivo;

– caracterizar a gramática normativa e o ensino prescritivo.


  • A gramática interna e o ensino produtivo


Leitura da transcrição de uma conversa entre uma criança de dois anos e nove meses, sua avó e a babá (p.14-15).


– Filhinha, você quer ir pra escolinha com a vovó? (fala da avó).

– Eu vô com o papai, porque o carro dele é mais gande.

– Uai, Sofia, o carro da vovó é muito maior... (fala da babá).

– Não, o carro do papai é mais bonito.

– Mas, Sofia, o carro da vovó é novinho... (fala da babá).

– Eu vô no carro do papai porque o carro dele é todo azulzinho e combina com a roupa da escolinha...

– Vamos, filhinha, o papai chegou. Põe a roupinha.

– Eu não sabo pô, não, vovó. Me ajuda, vovó.


– Na conversa transcrita, os três falantes se entendem perfeitamente, não só o vocabulário conhecido por todos, mas também a organização das palavras, usadas numa combinação característica da língua portuguesa.

- A criança, embora ainda não domine completamente a linguagem dos adultos, é capaz de, tanto quanto a avó e a babá, usar flexões de masculino e feminino, das pessoas dos verbos. Emprega também adequadamente a relação de causa (“Eu vou com o papai, porque o carro dele é mais gande”) e a gradação (perceptível quando a criança apresenta argumentos mais consistentes a cada contraposição feita pela babá).

- A menina, a babá e a avó falam a mesma língua, usam um conjunto de regras dessa língua que foi sendo internalizada desde o início da aquisição da linguagem e que vai sendo empregado de forma inconsciente e independentemente de qualquer estudo sistemático da língua: a chamada gramática internalizada, interna ou implícita.

O domínio de regras básicas da língua fica evidente nos “erros” cometidos pela criança:

  1. o emprego de “mais gande” demosntra que a menina sabe que a comparação de superioridade, em língua portuguesa, se faz com o uso de mais seguido do adjetivo (mais velho, mais forte, mais bonita etc.).
  2. em “Eu não sabo pô”, revela-se o conhecimento de que o presente do indicativo do verbo é feito subtraindo-se o sufixo do infinitivo e adicionando-se um -o (fal-ar/fal-o; escrev-er/escrev-o).

O que a criança não domina ainda são as exceções.

No ensino da língua, o trabalho deve partir da gramática internalizada e realizar-se com o objetivo de ampliá-la e desenvolver a competência discursiva do aluno. Esse é o chamado ensino produtivo da língua.

Análise da Aula 1 (AAA 2, p.13-15).


  • A gramática descritiva e o ensino reflexivo

Leitura de publicidade que ilustra situações específicas de comunicação e em que foram usados três registros diferentes (p.19).

Ao analisarmos a publicidade considerando o uso feito da língua observamos que:

  1. há, nos textos, pelo menos duas vozes, a dos criadores (nas duas primeiras frases e talvez no texto técnico – poderíamos considerar essa como a voz da agência) e a de Joel, o carroceiro, inscrita na carroça;
  2. exceto pela parte inicial de seu texto, Joel usa as mesmas regras básicas que os anunciantes; ao escrever “velio” em lugar de “velho”, o carroceiro emprega uma opção gráfica possível na L.P. (matilha/família);
  3. os anunciantes iniciam a publicidade com linguagem coloquial, em forma de pergunta e resposta, revelando traços da linguagem oral, o que remete ao assunto que está sendo aboradado: telefone.

Essas considerações são, na verdade, a descrição do uso da língua por seus falantes, em situações comunicativas específicas. Para fazermos essa descrição, analisamos os textos produzidos pelos falantes, depois analisamos o que observamos. Esse é um exemplo da gramática descritiva.

A gramática descritiva se interessa especialmente pela modalidade oral da língua (sua forma “natural”), que é usada por todos os falantes.

Todos os falantes, em maior ou menor grau, demonstram algum interesse pelos fatos da língua e seus mecanismos.

Considerar os fatos e mecanismos que são mais significativos e levar os nossos alunos a observarem os usos da língua, refletir sobre eles e tentar entender os mecanismos axilia-os a aumentar sua competência discursiva.

A gramática descritiva e o ensino reflexivo têm de apoiar-se na gramática internalizada dos alunos: eles só podem efetivamente observar o que conhecem e dominam, como locutores ou interlocutores.

Análise da Aula 7 (AAA 2, p. 37-39): desenvolve-se a gramática interna transformando textos.


  • A gramática normativa e o ensino prescritivo

A gramática normativa tem o interesse voltado para as regras da norma culta, privilegiando a modalidade escrita e a linguagem literária, o que restringe suas possibilidades de instaurar-se como centro de estudos linguíticos na escola. Hoje, seu ensino deve ser reduzido aos momentos em que se tem como objetivo desenvolver a capacidade do aluno para usar língua padrão, em situações de formalidade.


3 º momento


Introdução ao tema da Unidade 6 (TP2): A frase e sua organização


  • Os objetivos da unidade:

– conceituar e identificar a frase;

– estabelecer a diferença entre frase, período e oração;

identificar a pertinência das diferentes organizações da frase e do período em cada texto.


  • Os temas da unidade foram desenvolvidos a partir da análise de atividades sugeridas no AAA2.

Atividades avaliativas previstas

– Desenvolvimento pelos cursistas de uma das atividades sugeridas nas seções Avançando na prática das Unidades 5 e 6.




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